Exposição de Gênesis Quatro: O terrível crescimento do pecado (Quarta e última parte):

VI – LAMEQUE E SETE (Gn 4:23-26):

Chegamos ao último tópico em nosso estudo a esse capítulo de Gênesis. E aqui fica evidente dois tipos de famílias. Na de Caim, o primeiro assassino, o que se manifesta é uma vida completamente voltada as coisas desta vida sem nenhuma preocupação com Deus. Na de Sete, ao contrário, existe a invocação ao Deus Verdadeiro, ainda que naturalmente havia também o cuidado necessário com a vida neste presente tempo.
Não pensemos que tal fato ocorreu apenas naqueles tempos. Não! Isso sempre ocorreu e hoje é da mesma forma. Agora enquanto você lê estas linhas existem estes dois grupos de pessoas vivendo na Terra. Existem aqueles que, a semelhança da família de Caim, vivem apenas para esta vida e nunca pensam em Deus. Estas pessoas estão muito ocupadas em alcançar coisas para esta vida. Porém, não se preocupam com a vida com Deus. Não se preocupam em ficarem ricas espiritualmente. São como aquele homem da parábola que Jesus contou (Lc 12:13-34). Chegará a hora em que estas pessoas terão uma grande decepção, pois elas não terão juntado a verdadeira riqueza: o conhecimento de Deus.
No entanto, como já temos visto no caso de Caim, o pecado é progressivo. Isso se manifesta na vida de indivíduos, mas também na vida das famílias. É bem possível que as atitudes dos pais sejam repetidas em graus maiores na vida dos filhos. Vejam o caso de Caim e Lameque. Observemos que Lameque é a sexta geração. Ora, em seis gerações as coisas pioraram enormemente. Caim ao ser amaldiçoado por Deus manifestou um certo grau de súplica por misericórdia. Com isso ele teve a proteção de Deus. Mas vejam Lameque: Ele mata duas pessoas e não manifesta algum sentimento de pesar. Ao contrário, ele exalta o seu ato perverso, ele canta sobre assassinato exultando. Assim Lameque se torna um assassino ainda mais cruel, ele ama a violência. Aqui se aplica o que já venho dizendo: O ruim pode se tornar pior! O pecado irá progredir a níveis ainda mais perversos a não ser que a graça de Deus atue. Caim não temia a Deus, mas Lameque manifestou uma falta de temor ainda maior. Ele se tornou cínico.
É muito necessário refletirmos neste ponto sobre a nossa própria família, especialmente se estivermos na posição de pai, mãe, ou avós. O exemplo de um pai ímpio terá uma grande força. A tendencia é que o filho seja mais impio que ele. Um pai, ou mãe, que só se dedicam a esta vida e nunca pensam em Deus, provavelmente terão filhos mais ímpios ainda. Devemos lembrar que o coração humano é mal. O ser humano não precisa fazer esforço para produzir o pecado, isto faz parte de sua natureza. Se é assim, não devemos nos admirar que as crianças aprendam rápido novos tipos de pecado e cresçam neles. E digo mais, se no tempo de Caim e Lameque a evolução do pecado em uma família foi tão grande, o que dizer de hoje, quando a comunicação encontra meios mais eficientes, e portanto, é muitíssimo mais rápida? Ora, estamos no tempo da internet. O que você pensa sobre isso meu amigo e amiga? O que você pensa papai? O que você pensa mamãe? O que vocês pensam vovó e vovô?
Mas parece que muitos pais estão totalmente esquecidos quanto a isso. E falo de pessoas ligadas a igrejas. Nossos tempos são muito difíceis meus irmãos. São tempos de pouca, ou nenhuma, pregação verdadeiramente bíblica. Olhem o que estão ensinando os pregadores. Onde está a pregação da Cruz? Onde está? Onde estão aqueles alertas que os antigos pregadores costumavam apresentar em suas mensagens? Eles falavam de Deus, do pecado, de Cristo, do arrependimento e da fé, da regeneração, do Céu e do inferno. Estes eram seus assuntos. Eles costumavam expor e aplicar as Escrituras a consciência dos ouvintes esperando uma resposta, esperando que eles se voltassem para Deus em Cristo. Mas hoje o que vemos nas igrejas e na mídia? Vemos pregadores que bajulam pecadores não convertidos dizendo a eles que serão vitoriosos. Vemos pregadores que pregam prosperidade, cura, bençãos, e que dizem que as pessoas terão estas coisas bastando que participem de suas igrejas e creiam. Mas o que é isso? Isso não é o Evangelho! Isso não produz uma volta para Deus!
Talvez você me pergunte: O que isso tem a ver com o assunto anterior? Bem, eu lhe digo que tem tudo a ver. E é dessa forma: Tal pregação falsa produz falsos convertidos! Produz pais ímpios que passarão para seus filhos esta impiedade. E os tais pensarão que estão salvos, e que os seu filhos também o serão com os seus esforços. Mas no fim são famílias e famílias que não passam de agrupamentos de falsos religiosos, não passam de hipócritas. Quem não ama a Deus não pode evidenciar, não pode exemplificar este amor ao seu filho! Quem é um mero religioso hipócrita passará esta hipocrisia ao seu filho. O que vemos nas igrejas hoje? É isso: Uma quantidade de pais não convertidos, que a exemplo da família de Caim amam este mundo e não a Deus, que vivem para as coisas daqui, e que não entesouram nem para si e nem para seus filhos a riqueza verdadeira: o temor a Deus. Não é de admirar que o padrão moral nas congregações seja tão baixo. Não é de admirar que os escândalos se sucedam. Falsos pregadores geram falsos crentes, que por sua vez tornam-se pais ímpios. E o que esperar desta impiedade? Resposta: uma impiedade ainda maior na vida dos filhos. Reflita: Você já nasceu de novo? Você ama a Deus? Esta é a primeira questão. Depois disso você deve pensar: Meu filho já nasceu de novo? Que você possa lutar para deixar a seus filhos a mais rica herança: o temor do Senhor. Não seja indulgente!
A verdade é que a degradação familiar é muito real neste texto. O crescimento do pecado atinge em cheio a estrutura familiar. Observemos que Lameque foi o primeiro a tomar duas a esposas. A partir de então este terrível costume se espalhou. Aliás, é mais uma demonstração do terrível crescimento do pecado. O Senhor Deus nunca apoiou ou ordenou tal prática. Isso é fruto da dureza do coração humano. Assim aproveito para aconselhar você que têm enfrentado lutas no casamento. Sabemos que todas as dificuldades no casamento vieram depois da queda. No entanto em Cristo recebemos uma nova vida e podemos e devemos lutar contra a deterioração da família. Oh não desista de seu casamento, não desista de sua família! O mundo ensina pela mídia que devemos buscar a felicidade através da separação, através da busca de um novo amor. Mas isso é pecaminoso, é um conselho “à moda” de Lameque, e não segundo a Verdade das Escrituras. Toda a deturpação familiar e sexual como: bigamia, poligamia, homossexualidade, adultério, divórcio, etc. Tudo isso faz parte do caminho de homens que seguem o padrão familiar de Lameque, ou seja, é o caminho da impiedade e não dos Filhos de Deus, regenerados pelo Espírito Santo! O caminho do mundo é: Siga seus impulsos carnais para ser feliz, mesmo que para isso destrua sua família. O caminho da Escritura é: Na graça de Cristo, lute contra seus impulsos carnais e assim preserve sua família, e dessa forma você será feliz, pois estará fazendo o que Deus quer, estará demonstrando que o ama e teme, que afinal Ele é a sua felicidade! Qual caminho é mais razoável? Pense nisso.
Na verdade em meio a tanta impiedade a nossa esperança está em Deus. Ora, não há só a família dos ímpios, há também os piedosos. Nasce Sete e dele vem Enos que passa a invocar o Nome do Senhor. Que maravilha é isso, pois demonstra que o Senhor está atuando por sua graça. Deus não desistiu da humanidade caída. Em meio a tanta impiedade esta família cultua a Deus. E assim tem sido sempre. O Senhor tem os seus. Louvado seja Deus porque “o firme fundamento de Deus permanece, tendo este selo: O Senhor conhece os que lhe pertencem. E mais: Aparte-se da injustiça todo aquele que professa o nome do Senhor.” (II Tm 2:19). Sim nos alegramos porque “aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou. Que diremos, pois, à vista destas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós? Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura, não nos dará graciosamente com ele todas as coisas? Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem os condenará? É Cristo Jesus quem morreu ou, antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus e também intercede por nós. Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada? Como está escrito: Por amor de ti, somos entregues à morte o dia todo, fomos considerados como ovelhas para o matadouro. Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou. Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.” (Rm 8:30-39).
Oh meus irmãos a nossa esperança e alegria está na graça de Deus, pois se os homens fossem deixados a si mesmos seria impiedade sobre impiedade. Mas louvado seja Deus, Ele tem os seus Eleitos, e sobre estes é graça sobre graça (Jo 1:16). Meu amigo há esperança em Cristo Jesus. Sobre a família de Sete Deus derramou sua graça e hoje Ele continua fazendo o mesmo: Chamando um povo para si, um povo que o invoque. Que você faça parte deste povo. Qual a evidência de fazer parte dele? Resposta: A fé em Cristo o Filho de Deus! Amém!

VII – CONCLUSÃO:

O pecado é terrível. Ele tem a capacidade de se espalhar, e de fazer com que indivíduos e famílias se tornem cada vez mais ímpios e atrevidos diante de Deus. Mas a graça de Deus é nossa esperança, pois nela Deus está chamando um povo seu, povo que o teme e o invoca, um povo de pessoas que crêem em seu Filho Jesus Cristo, o Salvador deles!
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