Estudo 13 - Juízo Final - O sermão profético: O princípio das dores (Texto, áudio e vídeo) * - Manoel Coelho Jr.



Então, Jesus passou a dizer-lhes: Vede que ninguém vos engane. Muitos virão em meu nome, dizendo: Sou eu; e enganarão a muitos. Quando, porém, ouvirdes falar de guerras e rumores de guerras, não vos assusteis; é necessário assim acontecer, mas ainda não é o fim. Porque se levantará nação contra nação, e reino, contra reino. Haverá terremotos em vários lugares e também fomes. Estas coisas são o princípio das dores. Estai vós de sobreaviso, porque vos entregarão aos tribunais e às sinagogas; sereis açoitados, e vos farão comparecer à presença de governadores e reis, por minha causa, para lhes servir de testemunho. Mas é necessário que primeiro o evangelho seja pregado a todas as nações. Quando, pois, vos levarem e vos entregarem, não vos preocupeis com o que haveis de dizer, mas o que vos for concedido naquela hora, isso falai; porque não sois vós os que falais, mas o Espírito Santo. Um irmão entregará à morte outro irmão, e o pai, ao filho; filhos haverá que se levantarão contra os progenitores e os matarão. Sereis odiados de todos por causa do meu nome; aquele, porém, que perseverar até ao fim, esse será salvo.” Mc 13: 5-13.

I – INTRODUÇÃO:

No estudo anterior começamos a abordar os eventos que dizem respeito ao Juízo Final. Neste aspecto notamos a relação entre a destruição do Templo e a Volta de Cristo, e observamos a necessidade de um padrão apropriado de beleza, além do fato de olhar para as profecias com a atitude correta. Agora abordaremos o “princípio das dores”. Quando uma mulher grávida se aproxima do momento do parto começa a sentir as primeiras dores, mas ainda não é a hora do nascimento da criança. Nesta hora é que haverá a grande dor. Portanto nós temos aqui uma variação de dores. O princípio das dores já é o início, mas ainda não é o ápice. O que notamos é que Jesus olha para o futuro, não somente como Aquele que o prevê, mas também como o que o controla. Cristo é o Senhor do tempo. Ele anuncia estes fatos aos discípulos para que eles estejam preparados. Assim, o Senhor divide o assunto em pelo menos três pontos: O princípio das dores, a grande tribulação, e a Sua Volta. Quando O Senhor voltar será então o fim da presente era, na qual temos pelo menos dois momentos: O princípio das dores e a grande tribulação, que se encerará com a Segunda Vinda.  Naturalmente nós estamos vivendo o princípio das dores. Estamos na fase pré-tribulação. Esta, a grande tribulação, pode chegar a qualquer momento. O Senhor, no texto que estamos estudando, fala-nos sobre o que ocorreria nesta fase pré-tribulacional.  Nós do século 21, ao estudarmos a história da humanidade e das catástrofes naturais, podemos constatar que Ele acertou em tudo. Observe que o Senhor tratará de três aspectos básicos que produzirão dores: Catástrofes naturais, guerras, e ataques ao Cristianismo. Ele mostra tudo isso como perigos dos quais a Igreja deve se precaver.   Os verdadeiros filhos de Deus deveriam ficar firmes e perseverar até o fim.
Devemos ainda observar que neste “princípio das dores” o Senhor vai estar se referido tanto ao tempo que antecipa a Queda de Jerusalém, como ao que antecipa a Tribulação. Certo autor explica que é como se você olhasse um quadro com duas montanhas, uma por trás da outra. Você não percebe a distância exata entre elas. É como se Cristo olhasse a primeira montanha, a Queda de Jerusalém, e a segunda, a Tribulação e sua Volta. Os eventos se referem a ambas as montanhas, ou às vezes principalmente a uma delas.

II – OS FALSOS CRISTOS.

Então, Jesus passou a dizer-lhes: Vede que ninguém vos engane. Muitos virão em meu nome, dizendo: Sou eu; e enganarão a muitos.” Mc 13 5,6.
 E ele lhes respondeu: Vede que ninguém vos engane. Porque virão muitos em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo, e enganarão a muitos.” Mt 24: 4,5.

Respondeu ele: Vede que não sejais enganados; porque muitos virão em meu nome, dizendo: Sou eu! E também: Chegou a hora! Não os sigais.” Lc 21:8.

Jesus inicia dando logo um chamado sobre falsos cristos, os falsos profetas. De fato antes da Queda de Jerusalém surgiu este tipo de gente. Também ao longo da História o mesmo acorreu. Houve os que marcaram datas para a os eventos profetizados. Jesus diz que muitos seriam enganados.  Isso também aconteceu.  Infelizmente os homens não ouvem o alerta do Senhor, preferindo acreditar nos mentirosos que o Próprio Cristo avisou que viriam. Na verdade Jesus está nos alertando sobre a constante sedução dos falsos profetas mostrando a única forma de estarmos protegidos: O apego a sua Palavra. Ao olharmos para a história, e o tempo em que vivemos, constatamos que a profecia de Cristo se cumpriu cabalmente. Muitos falsos profetas surgiram, e em nosso tempo vemos os da mesma espécie aos montões.

III – AS GUERRAS.

Quando, porém, ouvirdes falar de guerras e rumores de guerras, não vos assusteis; é necessário assim acontecer, mas ainda não é o fim. Porque se levantará nação contra nação, e reino, contra reino.” Mc 13:7,8.

E, certamente, ouvireis falar de guerras e rumores de guerras; vede, não vos assusteis, porque é necessário assim acontecer, mas ainda não é o fim. Porquanto se levantará nação contra nação, reino contra reino,” Mt 24: 6,7.

Quando ouvirdes falar de guerras e revoluções, não vos assusteis; pois é necessário que primeiro aconteçam estas coisas, mas o fim não será logo. Então, lhes disse: Levantar-se-á nação contra nação, e reino, contra reino;” Lc 21:9,10.

Mas uma profecia cumprida. Muitas e muitas guerras ocorreram ao longo da história e no século 20 a humanidade assistiu as duas grandes guerras. Na verdade nunca haverá paz entre as nações enquanto Cristo não voltar devido ao pecado. As nações não se entendem, as classes não se entendem, as famílias não se entendem. O conselho de Cristo é que não devemos nos assustar, pois é necessário assim acontecer, mas ainda não é o fim. Isso mostra que quem está no controle é o próprio Senhor. Diante deste fato há motivo para preocupação?

IV – AS CALAMIDADES NATURAIS.

 Haverá terremotos em vários lugares e também fomes. Estas coisas são o princípio das dores.” Mc 13: 8.

e haverá fomes e terremotos em vários lugares; porém tudo isto é o princípio das dores.” Mt 24: 7,8.

haverá grandes terremotos, epidemias e fome em vários lugares, coisas espantosas e também grandes sinais do céu.” Lc 21: 11.

Tudo isso também aconteceu. Mas desejo destacar um elemento importante aqui. Estas calamidades naturais apesar de terríveis não são comparáveis ao que ocorrerá na volta de Cristo. Note a diferença da linguagem de Cristo quando trata deste evento:

 Logo em seguida à tribulação daqueles dias, o sol escurecerá, a lua não dará a sua claridade, as estrelas cairão do firmamento, e os poderes dos céus serão abalados.” Mt 24: 29.

Quando comparamos esta linguagem com a anterior notamos a grande diferença. Ora, apesar de terrível, um terremoto é um evento localizado, mas “os poderes dos céus serem abalados” fala-nos de uma catástrofe de proporções cósmicas. Dessa forma, estas tragédias atuais são como trombetas, são como alertas avisando a cada homem do terrível Juízo Vindouro. Não é para olharmos aos que passam por tais tragédias como se fossem mais pecadores que nós, mas pensando se nós mesmos nos arrependemos, pois se não for este o caso, igualmente pereceremos, o que merecemos de fato (Lc 13:3). Enfim, a Escritura está nos questionando com tudo isso: Estamos preparados para a Vinda de Cristo? Já nos arrependemos? Já cremos Nele? Já fomos redimido em Cristo? Ele é Nosso Senhor? Isso se mostra em nossas vidas?

V - AS PERSEGUIÇÃO E A SEDUÇÃO.

Estai vós de sobreaviso, porque vos entregarão aos tribunais e às sinagogas; sereis açoitados, e vos farão comparecer à presença de governadores e reis, por minha causa, para lhes servir de testemunho. Mas é necessário que primeiro o evangelho seja pregado a todas as nações. Quando, pois, vos levarem e vos entregarem, não vos preocupeis com o que haveis de dizer, mas o que vos for concedido naquela hora, isso falai; porque não sois vós os que falais, mas o Espírito Santo. Um irmão entregará à morte outro irmão, e o pai, ao filho; filhos haverá que se levantarão contra os progenitores e os matarão. Sereis odiados de todos por causa do meu nome; aquele, porém, que perseverar até ao fim, esse será salvo.” Mc 13:9-13.

Então, sereis atribulados, e vos matarão. Sereis odiados de todas as nações, por causa do meu nome. Nesse tempo, muitos hão de se escandalizar, trair e odiar uns aos outros; levantar-se-ão muitos falsos profetas e enganarão a muitos. E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor se esfriará de quase todos. Aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo. E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então, virá o fim.” Mt 24: 9-14.

Antes, porém, de todas estas coisas, lançarão mão de vós e vos perseguirão, entregando-vos às sinagogas e aos cárceres, levando-vos à presença de reis e governadores, por causa do meu nome; e isto vos acontecerá para que deis testemunho. Assentai, pois, em vosso coração de não vos preocupardes com o que haveis de responder; porque eu vos darei boca e sabedoria a que não poderão resistir, nem contradizer todos quantos se vos opuserem. E sereis entregues até por vossos pais, irmãos, parentes e amigos; e matarão alguns dentre vós. De todos sereis odiados por causa do meu nome. Contudo, não se perderá um só fio de cabelo da vossa cabeça. É na vossa perseverança que ganhareis a vossa alma.” Lc 21: 12-19.

Estes fatos aconteceram não muito depois da profecia. O próprio Paulo foi levado à presença de autoridades para dar testemunho. Então é claro que Jesus estava se referindo principalmente aos eventos anteriores a Queda de Jerusalém. Mas também é aplicável a nós, pois Cristo começa agora a falar da perseguição da Igreja. Os discípulos de Cristo são peregrinos na Terra. Eles ainda não estão em seu País, mas num País estrangeiro que lhes é extremamente hostil. Os discípulos possuem a esperança dos perseguidores, pois conhecem e vivem na Luz de Cristo. Mas os perseguidores odeiam a luz e amam as trevas do pecado (Jo 3 :19-21). Como odiaram a Cristo também odeiam seus discípulos (Jo 15:18,19). Evidentemente isso não é uma notícia boa, visto que ninguém gosta de ser perseguido, e a perseguição virá até de pessoas próximas aos cristãos. Mas a perseguição tem sua utilidade e é inevitável. Devemos estar conscientes que seremos perseguidos e que Deus a usa para a purificação da Igreja. Deus transforma o mal em bem tornando inclusive a perseguição em oportunidade de testemunho, como nos mostram claramente os textos. Ora, o Evangelho finalmente será testemunhado a todas as nações. A perseguição não destruirá ao Evangelho, não extinguirá sua mensagem da face da Terra. Não importa a perseguição, nem o que façam aos discípulos de Cristo, o Evangelho se espalhará a todas as nações. Observe, ainda, que os discípulos, em ocasiões de perseguição seriam assistidos pelo Espírito Santo, de forma a que argumento algum venceria ao Evangelho.

Mas há outro ataque contra a Igreja, isto é, a sedução do pecado. Cristo diz: “E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor se esfriará de quase todos.” Mt 24: 12. A perseguição é terrível, mas talvez para muitas pessoas o perigo maior seja esta sedução do pecado. Muitos parecem cristãos, parecem servir a Deus, mas então o pecado os vence, os esfria. Eles então se afastam completamente do Evangelho. Muito cuidado com isso! Por exemplo, em nosso país não estamos vivendo uma perseguição flagrante. O que existe é uma perseguição velada querendo transformar-se em perseguição legal, ou seja, procura-se jogar o Cristianismo para a ilegalidade. Isso se vê na questão do aborto, do “casamento homossexual”, e na “Lei da Palmada”. Tudo isso é perseguição, pois fere diretamente os princípios cristãos que estão nas Escrituras. No entanto, como disse, ainda é uma perseguição velada. Então qual seria neste caso o maior perigo para nós? Respondo: A sedução do pecado. Você compreende? Nosso maior perigo é a sedução das riquezas, do sexo, do orgulho, dos vícios, e assim por diante. Por exemplo, o que é a “Teologia da Prosperidade” se não esta sedução? Ore, esse veneno seduziu até igrejas de ascendência histórica levando-as a se afastarem do Evangelho para buscar riquezas. Essas igrejas morreram espiritualmente. Assim ouça: Cuidado para não ser seduzido! Cuidado para não estar entre os “quase todos” mencionados por Cristo! Fique firme na Palavra. O diabo que é astuto às vezes persegue usando meios políticos, outras vezes usa a tentação. Cuidado!

VI – A SOBERANIA DE CRISTO.

Aquele que profetizou estas coisas é o mesmo que as controla completamente. Cristo é o Senhor!
Veja o que Ele nos diz:

A – “E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então, virá o fim.” Mt 24: 14.

Isso mostra que não importando a perseguição o Evangelho seria pregado, porque Ele assim determinou.

B – “Contudo, não se perderá um só fio de cabelo da vossa cabeça. É na vossa perseverança que ganhareis a vossa alma.” Lc 21: 18, 19.

Isso não significa que nenhum cristão perderia a vida, pois de fato ele mesmo disse que haveria perseguição e morte, mas sim que nenhum eleito seria perdido. O próprio Cristo soberanamente garante a vitória de cada eleito (Jo 18:9).

C – “Quando, porém, ouvirdes falar de guerras e rumores de guerras, não vos assusteis; é necessário assim acontecer, mas ainda não é o fim.” Mc 13: 7.

Aqui é evidente a soberania completa de Deus no fato de serem necessárias as guerras, o que indica que alguém coordena tudo, e de que existe um fim, que também tem de estar em um planejamento, o que o próprio sentido do texto nos mostra. 

D – “Quando, pois, vos levarem e vos entregarem, não vos preocupeis com o que haveis de dizer, mas o que vos for concedido naquela hora, isso falai; porque não sois vós os que falais, mas o Espírito Santo.” Mc 13:11.

Aqui está o controle e cuidado de Deus que guiará por seu Espírito a seus discípulos perseguidos. Tudo está no seu soberano cuidado.

Assim, haveria falsos profetas, guerras, catástrofes naturais, perseguição e sedução, mas acima e no controle de tudo isso está o Senhor que nos exorta a confiarmos Nele e ficarmos tranquilos. O alerta de Cristo é para que seus discípulos tivessem cuidado com estes perigos. No entanto não deveriam ficar amedrontados, porque no final das contas Ele está cuidando de cada um deles. Como posso ilustrar? Bem, um dia desses eu estava na fila do caixa de um Supermercado e próximo a mim um pai disse a sua filhinha: “Vá pegar aquele produto adiante”.  Mas a menina demostrou que tinha medo de afastar-se mais de dois metros do pai. Naturalmente aquele pai já havia muitas vezes alertado sua filha sobre os perigos do mundo. Mas ele insistiu: “Vai que eu estou te olhando”. Eu não sei se ela teve coragem de ir, mas isto ilustra o que quero dizer: A menina podia ir, pois seu pai estava de olho nela o tempo todo. Você percebe o que quero dizer? Amigos, devemos estar alertados contra os perigos deste mundo, mas também devemos saber e crer que nosso Pai está cuidando de nós o tempo todo. E nesta fé devemos perseverar em segui-lo, não nos deixando seduzir por falsos profetas ou pelo pecado, e não nos amedrontando ante inimigos da fé que nos perseguem ou das catástrofes e guerras que nos cercam, pois afinal o Senhor, Nosso Pai, está com seus olhos em nós. Ele nos diz: “não se perderá um só fio de cabelo da vossa cabeça. É na vossa perseverança que ganhareis a vossa alma.” Lc 21: 18, 19. Oh amigo, quem é de Deus, quem é de Cristo, vai perseverar. Persevere, então! 

VII – CONCLUSÃO.

O princípio das dores é o tempo em que vivemos, que antecede a Grande Tribulação. Neste período há falsos profetas, guerras, catástrofes, perseguição e sedução. Todas estas coisas constituem-se perigos aos servos de Cristo. Mas os verdadeiros discípulos não se perderão, pois Cristo Soberanamente cuidará de cada um deles, e com certeza os conduzirá a Vitória Final. Amém!

Pode ser copiado e distribuído livremente, desde que indicada a fonte, a autoria, e o conteúdo não seja modificado!

*Mensagem ministrada no culto de domingo a noite, de 21 de Julho de 2013, na Congregação Batista Reformada em Belém.


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