Raciocínio, ação, realidade, e resultado (Texto, áudios e vídeos)* – Jo 12:3-8 - Manoel Coelho Jr.

Maria e Judas possuem raciocínios opostos. Maria vê o salário de um ano de trabalho como menos valioso que Cristo. Por isso não se importa em gastar aquele valor com o seu amado Salvador. Já Judas vê aquela riqueza como mais valiosa que Cristo. Por isso vê o que Maria fez como um desperdício insuportável. Mas Cristo disse que Maria tinha razão e não Judas. Essa história nos mostra o valor de um raciocínio correto. Quem pensa certo faz o bem a si mesmo como fez Maria. Mas quem pensa errado destrói sua alma, como fez Judas. Entendemos melhor esta verdade nos seguintes pontos:

1 – Raciocínios e resultados. 

O raciocínio correto é aquele que condiz com a realidade espiritual. Quem assim pensa age de acordo com a mesma realidade, e assim produz grande bem a sua alma, pois não terá decepção futura no Juízo, mas a confirmação da própria realidade que está em Cristo. Já o raciocínio falso obviamente nega a realidade espiritual e destrói seu portador, pois o leva a terrível decepção no Juízo, visto que negou a realidade em Cristo. Um dia o iludido se chocará com a realidade que passou a vida toda negando em seus pensamentos. Por isso Deus diz: “Como, vendo isto, te perdoaria? Teus filhos me deixam a mim e juram pelos que não são deuses; depois de eu os ter fartado, adulteraram e em casa de meretrizes se ajuntaram em bandos; como garanhões bem fartos, correm de um lado para outro, cada um rinchando à mulher do seu companheiro. Deixaria eu de castigar estas coisas, diz o SENHOR, ou não me vingaria de nação como esta?” Jr 5:7-9. Assim temos que um homem age conforme seu raciocínio, e seu raciocínio é válido apenas se corresponde a realidade. Neste caso ele acha bom resultado. Assim fez Maria. Mas se raciocina contra a realidade, seu pensamento é falso e o leva a ações que o conduzem contra a realidade que um dia o decepcionará. Assim fez Judas. Então perceba a relação óbvia e importantíssima entre o raciocínio, a ação, a realidade, e o resultado. Porque muitos têm se esquecido disso é que chegam a morrer em seus pecados e perdem-se para sempre. É em pensar nisso e considerar seriamente a realidade que encontraremos a Vida Eterna em Cristo. 

2 – Como a realidade nos é revelada? 

Pela Revelação em Cristo. Cristo é a Verdade (Jo 14:6). No entanto os homens odeiam a Verdade e amam a mentira. Por isso disse Jesus: “porque eu digo a verdade, não me credes” Jo 8:45. Assim, mesmo quando Cristo é revelado dizem alguns que ele é “João Batista; outros: Elias; e outros: Jeremias ou algum dos profetas” Mt 16: 14. Mas aquele a quem o Pai revela a Realidade diz com Pedro: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” Mt 16: 16. Deste, como de Pedro, Cristo fala: “Bem-aventurado és... porque não foi carne e sangue que to revelaram, mas meu Pai, que está nos céus.” Mt 16:17. Assim a realidade espiritual só é conhecida pelos que o Pai revela a Verdade que é Cristo. Quanto aos demais, como Judas prosseguem negando a Verdade que ouvem porque amam mais o dinheiro e não estão dispostos a deixar seu amor pecaminoso. Deliberadamente negam a realidade por causa do pecado que tanto querem. Desta forma Cristo disse “que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más. Pois todo aquele que pratica o mal aborrece a luz e não se chega para a luz, a fim de não serem argüidas as suas obras.” Jo 3:19,20. Qual o nosso caso? 

3 – A Realidade nos tem sido revelada? Temos recebido pela fé esta Revelação? Temos agido de acordo com ela? 

Judas é um alerta para nós de que alguém pode estar tão perto de Cristo, tão perto da Palavra, tão perto da Realidade e ainda assim perder a alma. Judas desprezou a Revelação da realidade em Cristo e agiu contra tal realidade. O Resultado foi sua morte. Judas se matou. Já Maria recebeu a Palavra, conheceu a realidade, agiu de acordo com ela, e achou o Bem Maior. Diante disso perguntemos: A Realidade nos tem sido revelada? Temos recebido a Revelação da realidade pela fé? Temos agido de acordo com ela? A resposta está em observarmos se agimos como Maria ou como Judas. O que amamos? Amamos os denários ou a Cristo? O que mais amamos? Amamos mais nossos estudos ou Cristo? Nosso projetos ou Cristo? Nosso salário ou Cristo? Nossa família ou Cristo? Estamos dispostos a entregar tudo por Cristo, mesmo que seja o salário de um ano de trabalho, ou como Judas pensamos que isso é um prejuízo? Temos recebido a sua Palavra ou rejeitado porque amamos as outras coisas? Vivemos para Cristo ou para os denários? Vivemos para sua glória? Pense: Ele é o centro das suas ações? Você quer honrá-lo em tudo ou acha isso um desperdício? Você tem prazer no Dia do Senhor ou para você é custoso cultuar com os irmãos, tendo desejo de estar em outro lugar? Como você vê a Bíblia, O Livro de Deus? Você zela por ela, medita nela, procura dirigir sua vida por ela, porque afinal é a Palavra de Cristo, ou quase não lê e nem pensa nela e vive como os mundanos? Afinal você pensa e age como Maria ou como Judas? 

4 – A Graça e a responsabilidade. 

Mas se só entendem a realidade em Cristo aqueles que o Pai concede a Revelação, podemos dizer que o conhecimento da Verdade é obra de pura graça divina. Mas isso de forma alguma retira a responsabilidade humana. Nas Escrituras tanto a Soberana Graça como a responsabilidade humana coexistem. Enfatiza-se a grave falha de Judas em não perceber o valor do ato de Maria, isso devido a sua não recepção da Revelação dada em Cristo. Isso nos mostra a responsabilidade de Judas, ainda que não tenha recebido a Graça. Por outro lado Cristo aprova a ação de Maria, ainda que esta tenha sido um fruto da Graça. Assim temos que a Soberania de Deus e a responsabilidade humana não se anulam, mas coexistem. Dessa forma podemos dizer que pesa sobre nós a responsabilidade de aproveitarmos as oportunidades que Deus nos tem dado de conhecermos a realidade espiritual em Cristo. Quando o Senhor andava pela terra as pessoas ficavam na responsabilidade de receberem sua Revelação por suas palavras e sinais. Mas hoje, mesmo que não ande entre nós fisicamente, temos a mesma Revelação nas páginas das Escrituras. Assim é nosso dever buscarmos nas Escrituras tal Revelação. Por isso se diz que: “Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes, o seu prazer está na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite.” Sl 1:1,2. E Deus ordenou a Josué: “Não cesses de falar deste Livro da Lei; antes, medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer segundo tudo quanto nele está escrito; então, farás prosperar o teu caminho e serás bem-sucedido.” Js 1:8. A meditação nas Escrituras faz que nossas mentes sejam amoldadas de acordo com a realidade revelada em Cristo. E assim poderemos agir de acordo com esta realidade tendo então bons resultados para nossa alma. 

5 – O amor e a realidade.

Observemos que Judas usa o argumento de que se deveria ajudar os pobres. No entanto sua intenção era roubar. Suas palavras eram bonitas, mas escondiam um coração egoísta que não pensava nos pobres de forma alguma. Mas Cristo aprova a ação de Maria, mostrando que ela o amou e por isso o preparou para a morte. Maria viu a urgência do caso de Cristo. Os pobres sempre estariam por perto, mas Cristo estava para partir. Dessa forma Cristo é mais importante até que os pobres. O fato é que a Escritura mostra que se não amamos a Cristo não amamos a Deus, e consequentemente não amamos nossos próximos que são a imagem e semelhança de Deus. Por isso os Dez Mandamentos se dividem em quatro e seis. Quatro com relação a Deus, isto é, amar a Deus; e seis em relação aos próximos, isto é, amar aos próximos (Ex 20: 1-12; Mc 12:28-34). À medida que amamos a Deus amamos também nosso próximo porque são feitos a sua imagem e semelhança. No entanto só ama a Deus quem foi amado por Ele. Assim foi com Maria. Ela tinha consciência do amor de Cristo por si e seus irmãos (Jo 11:1-5). Ela viu este amor de Cristo na prática quando o Senhor ressuscitou a seu irmão Lázaro. Assim ela passou a amar a Cristo e por isso agiu daquela forma derramando sobre o Senhor aquele perfume caríssimo. Mas Judas não. Ele não amava a Cristo. O que ele amava eram os denários que ele viu se “perderem”. Eis aí que o amor a Deus corrige tudo porque faz você vê a realidade. E qual é a realidade? Resposta: Deus é Deus e o próximo é feito a imagem Dele. Se assim eu vejo, então raciocino conforme esta realidade, consequentemente ajo de acordo, e o resultado é a glória de Deus e o bem supremo de minha alma que é estar em comunhão íntima como meu Senhor. Que com todos os meus leitores assim aconteça! Amém! 

Vídeos e áudios deste estudo:



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*Estudo ministrado em dois domingos pela manhã, dias 03 e 10 de agosto de 2014, na Congregação Batista Reformada em Belém.


Leitura recomendada:




















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