A Fornalha da Aflição* - Anne Dutton.



“... a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; não atentando nós nas coisas que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se não veem são eternas” (2 Coríntios 4:17-18). 

*** 

Minha querida irmã em Cristo, Como é o prazer do seu Pai celeste mantê-la na fornalha da aflição, não pense que o tempo é longo; esta aflição momentânea a preparará para a glória de duração infinita. Portanto, “tenha, porém, a paciência a sua obra perfeita, para que sejais perfeitos e completos, sem faltar em coisa alguma” [Tiago 1:4], no exercício de suas graças para a completude de sua obediência filial, que redundará em eterno louvor a Deus e sua bem-aventurança eterna. O sofrimento é o último labor de um Cristão. Nosso querido Senhor, depois de uma vida de obediência ativa completa, teve que beber o cálice profundo dos Seus sofrimentos e ser obediente até a morte, e este foi o Seu caminho direto para Sua glória toda-transcendente. E os membros devem ser conformes à sua Cabeça em sofrimentos, bem como em glória, e nas aflições para o avanço da sua glória. E “se com ele padecemos (em um manso, paciente, espírito semelhante ao de Cristo), também com ele seremos glorificados” [cf. Romanos 8:17]. 


Lembre-se de suas aflições como sonhos que passaram — que existem aqui em um momento e passam no próximo; lembre-se também enquanto eles durarem, do doce e forte apoio dos braços eternos! O que nós não podemos fazer, e suportar por meio de Cristo, que nos fortalece?! Seu Amado está com você em tudo, você não precisa temer nada. Glorie-se nEle e em Sua benevolência prometida: “Eu nunca te deixarei, nem te desampararei”, — pois isso é feito em infinita fidelidade, e será produtivo de suprimentos terrenos em suas maiores necessidades, de alegrias plenas, de glórias eternas. Suas aflições são todas medidas — em espécie, grau e duração —pela infinita graça, e nenhuma a mais você provará além do que deve ser para o louvor de Deus e sua bem-aventurança! Portanto, entregue a si mesma em mui doce resignação aos lidares do seu Pai todo-sábio, todo-gracioso — pois, tudo cooperará para a sua salvação. Suporte a cruz e olhe para a coroa! A primeira é leve e momentânea, a último, um inefável peso eterno. Quem não gostaria de morrer para ver o Senhor em Sua glória eterna? Quem não gostaria de morrer para ser livre da miséria do pecado? Quem não gostaria de morrer para que a mortalidade possa se revestir de imortalidade? 

E oh, minha querida irmã, quando a morte dissolver a união entre a alma e o corpo, sua união com Cristo em ambas as suas partes constituintes devem permanecer intactas para uma eternidade feliz. Seu corpo deve dormir docemente em Jesus até que Ele haja tragado a morte na vitória, e a desperte na semelhança de Seu corpo glorioso. E o seu espírito, tão logo seja separado, tendo sido aperfeiçoado, será admitido imediatamente em glória, em uma união de amor e comunhão perfeita com o seu infinito Amado — a desconhecida felicidade para todo o sempre! “Porque o Cordeiro que está no meio do trono os apascentará, e lhes servirá de guia para as fontes vivas das águas; e Deus limpará de seus olhos toda a lágrima” [Apocalipse 7:17]. Não mais tristeza, dor, nem a morte existirão — estes, como coisas antigas, todas terão passado, quando uma vez você for abençoada com a plenitude da alegria, aquela perfeita paz, aquela vida imortal, que espera por você na glória eterna. E, então, uma reflexão sobre todo o seu doloroso caminho espinhoso através do deserto fará seus prazeres elevarem-se em louvor sem fim, na planície florida da terra de Emanuel, a Canaã de bem-aventurança plena e eterna! 

Enquanto isso, “Que a graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com o seu espírito”. Eu a entrego ao Seu coração e braços! 

*Anne Dutton Anne Dutton (1692-1765) foi uma poetisa e escritora Cristã Batista Calvinista inglesa. Publicou cerca de 50 obras e correspondeu-se com George Whitefield e John Wesley. Foi amplamente influente na vida evangélica do século XVIII. Escreveu cartas de conselho, ajudando as pessoas a protegerem os seus pensamentos do pecado e dedicarem-se em amor às boas obras. Seus hinos e poemas são repletos de substância doutrinária, descrevendo a soberania de Deus, as profundezas do pecado humano, a grandeza e a bondade da graça, a expiação, a proximidade de Deus em oração. Suas cartas sobre temas espirituais narram a vida espiritual como uma peregrinação. 

*Traduzido e publicado em Português pelo website oEstandarteDeCristo.com, com a devida permissão do website Gracegems.org, sob a licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International Public License. 

*Tradução por Camila Almeida.

*Revisão William Teixeira.

*Narração por Camila Almeida.


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