A Paz de Cristo* – Exposição de João14:27-31 – Manoel Coelho Jr.
“Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo.
Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize. Ouvistes que eu vos disse: vou
e volto para junto de vós. Se me amásseis, alegrar-vos-íeis de que eu vá para o
Pai, pois o Pai é maior do que eu. Disse-vos agora, antes que aconteça, para
que, quando acontecer, vós creiais. Já não falarei muito convosco, porque aí
vem o príncipe do mundo; e ele nada tem em mim; contudo, assim procedo para que
o mundo saiba que eu amo o Pai e que faço como o Pai me ordenou. Levantai-vos,
vamo-nos daqui”.
João14:27-31.
I – INTRODUÇÃO:
O Senhor observa a angústia de seus discípulos diante das
dificuldades, apesar de todas as suas palavras de consolo. Por isso,
pacientemente enfatiza mais uma vez que não precisavam estar preocupados, pois
nEle tinham a paz que precisavam, mesmo em meio as piores circunstâncias. O que
Ele faz é mostrar-lhes a natureza e origem dessa paz e as verdades que a
fomentam. Sobre estas preciosas e consoladoras realidades que trataremos neste
estudo.
II – A NATUREZA E A FONTE DA VERDADEIRA PAZ.
“Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo.
Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize.”.
Fica evidente que a paz aqui referida diz respeito ao estado
de tranquilidade do coração, o contrário da turbulência e medo. O Senhor diz
que Ele é a fonte desta paz e que a deixa aos seus discípulos. Portanto a
origem da Paz é o próprio Cristo. Melhor entendemos tanto a origem como a
natureza da Paz aqui mencionada quando observamos que o Senhor nos fala que ela
é diferente da paz que o mundo dá. Essa “paz mundana” evidentemente é ligada a
todas as promessas do mundo, e isso desde o Éden quando lhes foi prometido:
Sereis como Deus (Gn 3:5). Essa promessa é ilusão, pois não tem fundamente e
logo decepciona. É curta e sem sustentação e, portanto, falsa. Já a Paz de
Cristo é Verdadeira, vem de Deus em Cristo, por isso é seguramente fundamentada
e não decepciona. Ela tende para a Eternidade, para o Céu. Por isso o Senhor
conclui dizendo: “Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize”. Não há motivo para a angústia extrema
e nem para o medo. Amados discípulos de Cristo: Eis a Paz de Cristo para vocês.
Meditem nela e assim “Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize”.
Mas quais Verdades fomentam esta Paz? Vejamos nos próximos
pontos.
III – PAZ, AMOR E ALEGRIA.
“Ouvistes que eu vos disse: vou e volto para junto de vós. Se me
amásseis, alegrar-vos-íeis de que eu vá para o Pai, pois o Pai é maior do que
eu”.
Quando amamos muito uma pessoa ficamos extremamente felizes
com as coisas boas que lhe acontecem. O Senhor estava dizendo que a sua Obra
estava se completando e que logo Ele estaria com o Pai, o que lhe seria
imensurável glória, pois o Pai era maior que Ele na qualidade de Mediador. Os
discípulos deveria se alegrar com isso que Lhe aconteceria. Mas eles eram
vagarosos em seu amor. Já deveriam ter amor suficiente para alegrarem-se com o
que ia acontecer ao Seu Senhor. Mas eles estavam muito distraídos com seu
próprio bem estar. Pensavam na morte de Cristo, na tristeza e dor que sentiriam,
nos sofrimentos que enfrentariam. Isso os atrapalhava de pensarem em Cristo e
de se alegrarem nEle.
Na verdade é sempre isso que acontece. Sempre que nos
concentramos em nós mesmos nos tornamos turbulentos e não experimentamos a Paz
de Cristo. Mas quando em amor nos alegramos com a exaltação de Cristo,
experimentamos a Paz nesta alegria do amor. Esta paz então vem de nossa
consideração sobre Cristo e também da relação dEle conosco, pois é nosso
Cabeça. A exaltação e vitória de Cristo é também exaltação e vitória da Sua
Igreja que é o seu corpo. Temos assim que o cristão, mesmo em sofrimento neste
mundo mau, pode e experimentar a Paz de Cristo ao alegrar-se em amor com o fato
de que o Senhor está exaltado e que nEle a vitória já é sua também. Pense nisso
cristão que lê estas linhas. Que você em consideração a esta verdade
experimente a Paz de Cristo.
IV – PAZ E FÉ.
“Disse-vos agora, antes que aconteça, para que, quando acontecer, vós
creiais”.
Cristo é quem dizia ser e o cumprimento de suas palavras o
demostraria. Isso fortaleceria a Fé dos discípulos. Amigos, Cristo não foi pego
de surpresa. Ele sabia tudo o que ia acontecer. Ele previu tudo. Ele determinou
tudo. Ele é Deus. Deus é o Soberano Senhor. Daí que a fé dos discípulos seria
fortalecida e nesta fé eles teriam a Paz de Cristo. Sim amado Cristão, aconteça
o que acontecer você pode descansar na Verdade que Cristo, o Seu Senhor, está
no controle. Você pode descansar e crer. Isso naturalmente esta relacionada à
Paz de Cristo. Em crermos experimentamos a Paz.
V – A PAZ EM MEIO AOS INIMIGOS.
“Já não falarei muito convosco, porque aí vem o príncipe do mundo; e ele
nada tem em mim; contudo, assim procedo para que o mundo saiba que eu amo o Pai
e que faço como o Pai me ordenou. Levantai-vos, vamo-nos daqui”.
Cristo afirma que o príncipe deste mundo, diabo, está vindo.
Ele está vindo em Judas e nos inimigos que caminham para prendê-lo. O Senhor
também afirma que o diabo não tem nada com que o acusar, não possui nenhum
poder sobre Ele. Apesar disso o Senhor diz que se entregará por amor ao Pai. E
o mundo saberá deste fato. Sim “assim procedo para que o mundo saiba que eu amo
o Pai e que faço como o Pai me ordenou”. Então Ele diz: Levantai-vos, vamo-nos
daqui! Amigos ele poderia ter fugido do local se o quisesse. Ele poderia não
ter se entregue. Ele sabia que os inimigos estavam a caminho. Mas Ele se
entregou para cumprir o plano do Pai. Amados, o diabo e os inimigos não são
independentes de Deus. Não e não! Eles, os inimigos, estão cumprindo todo o
desígnio do Senhor. Deus tem o controle de tudo inclusive sobre eles. Que
segurança isso dá ao cristão. Que paz ele experimentará em Cristo ao saber que
os inimigos que o odeiam e querem até sua morte, sim, mesmo eles estão no
controle de seu Senhor, Cristo. E mais, o Senhor diz que faz isso por amor ao
Pai. O amor pelo Pai é o que motiva a ação de Cristo. Deus é amor. Mas lembremos
que esse amor não está somente entre estas pessoas da Trindade, mas também se
direciona aos discípulos, pois, “sabendo Jesus que era chegada a sua hora de
passar deste mundo para o Pai, tendo amado os seus que estavam no mundo,
amou-os até ao fim” (Jo 13:1). Louvado seja Deus. Deus é amor (I Jo
4:8). Há amor na Trindade e esse amor chega aos discípulos. Assim, os inimigos
cumprem o decreto de Deus e o amor prevalece e se manifesta. Estas verdades
quando entendidas e cridas fomentam a Paz de Cristo. Oh Cristão creia e
experimente esta Paz.
VI – PAZ E VERDADES.
Façamos um resumo destas verdades mostrando a relação delas
com a paz de Cristo. Sendo um cristão, que você aplique a sua vida e
experimente a Paz de Cristo:
1 – A Paz do Cristão está em Cristo somente. Não está no
mundo, pois em Cristo temos verdadeira e duradoura Paz, enquanto no mundo temos
mentira e decepção.
2 – O amor Cristo nos leva a nos alegrarmos com sua
exaltação e isso nos traz a Paz.
3 – A exaltação de Cristo nos mostra nossa vitória
garantida. O Cabeça da Igreja venceu e nEle ela está segura. Isso nos leva a
Paz.
4 – O Senhor da Igreja tem o controle de tudo o que ocorre.
Nada o toma de surpresa. Esse fato fortalece a fé e fortifica a Paz.
5 – Os inimigos acabam por cumprir os propósitos do Senhor
dos discípulos. Isso os deixa tranquilos, em Paz.
6 – O amor de Deus será demostrado. O amor prevalecerá. Isso
concede Paz aos discípulos.
Medite nestas verdades, oh cristão. Fortaleça sua fé e
experimente a Paz de Cristo.
VII – CONCLUSÃO:
A paz dos discípulos está em Cristo e não no mundo, e é
experimentada à medida que se pensa na exaltação e Cristo, e crê-se na
Soberania de Deus sobre tudo, inclusive sobre os inimigos, e isso em
consideração ao amor de Deus.
Pode ser copiado, distribuído, e traduzido livremente para outro idioma, desde que indicada a fonte, a autoria, e o conteúdo não seja modificado.
*Pregação da noite de domingo, 19 de Julho de 2015, na Congregação Batista Reformada em Belém.
Leituras recomendada:
Paz, Paz Perfeita, por C. H. Spurgeon.
Paz, Paz Perfeita, por C. H. Spurgeon.
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