O Amor De Cristo Por Você - Anne Dutton*.



Meu amado irmão no Senhor,

Eu sou uma participante de sua alegria naquelas ricas festas de amor na casa do banquete de nosso Senhor com as quais você tem sido favorecido. Ó alma feliz, como Jesus ama você! E, ainda assim, devo dizer-lhe, que Ele apenas começou a amá-lo. O amor de Cristo por você será comunicado em demonstrações mais brilhantes, de glória em glória, contemplando você através do tempo, enquanto este passa em seu círculo eterno, na posição, na majestade de Deus, o Senhor Jeová. Ó meu irmão, eu estaria arruinada se o amor de Cristo não fosse exatamente como é: um amor infinito, forte, livre, totalmente inigualável, imutável e eterno; se não fosse o amor do Senhor por uma noiva adúltera, que pelo coração idólatra olha para outros deuses, e ama os bolos de uvas. Mas, oh, a surpreendente maravilha, a linguagem do amor do Senhor é: “E o SENHOR me disse: Vai outra vez, ama uma mulher, amada de seu amigo, contudo adúltera, como o SENHOR ama os filhos de Israel, embora eles olhem para outros deuses, e amem os bolos de uvas” (Oséias 3:1).

O amor de Cristo é o amor do Senhor, que tem toda a imensa plenitude, glórias e perfeições da Divindade em si, sempre terá um “mas” para nós — um mas de continuidade de infinito favor, um mas crescente demonstração — não obstante toda a nossa indignidade e provo-cações. E oh, maravilha incomparável! Nosso Senhor sobre nós, como lavados em Seu sangue, vestidos com a Sua justiça, ungidos com Seu Espírito, e adornados com as Suas graças: “Eis que és formosa, ó meu amor, eis que és formosa; os teus olhos são como os das pombas” [Cânticos 1:15]. O quê? Dizer sobre uma noiva adúltera, que olha para outros deuses, mesmo depois de resgatados por e familiarizados com o amor do Senhor Redentor: “Os teus olhos são como os das pombas”! Oh, ninguém poderia dizer isso, senão Aquele que é o Senhor, o Deus de amor! Esta é a Sua linguagem, dAquele cujo amor tem em si alturas e profundidades, larguras e comprimentos, que são infinitos, excedendo todo o entendimento.

E sobre a Sua noiva, manchada como ela é em si mesma, pela ação do pecado em sua natureza corrupta, este Noivo dirá: “Eis que és formosa, ó meu amor, eis que és formosa”! Meu amor! Oh, ali está ela! Ela é o objeto do amor de Emanuel — de Seu amor do coração, da Sua morte, amor vivo, de Seu amor no tempo, de Seu amor eterno — Sua alma está posta sobre ela; Ele a ama a partir de Si mesmo, Ele a ama em Suas próprias belezas colocadas sobre ela; Ele a ama como a Si mesmo — como a Sua própria carne — como próxima, como inseparavelmente unida a Ele. Ele a amará até à plena e gloriosa conformidade com a Sua resplandecente imagem. Ele tinha o padrão de toda a Sua glória que Lhe foi dada no passado por Seu Pai, quando ela foi apresentada a Ele no espelho do decreto. Ela arrebatou o Seu coração, desde então; Ele a tomou no Pacto Eterno, para amá-la sempre; sim, embora Ele devesse morrer por ela, para trazê-la até a sua decretada vida de glória. Ele operou nela toda a Sua beleza perfeita, o designado esplendor dela em Si mesmo. Ele está agora agindo nela por meio de Seu Espírito para que ela mesma tenha aquela glória-padrão. O futuro resplandecente dela está presente em Seu olhar; e em todos os aspectos, a partir de uma infinidade de graça e amor, de deleites que fluem, este Noivo diz à Sua noiva: “Eis que és formosa, ó meu amor, eis que és formosa; os teus olhos são como os das pombas” [Cânticos 1:15], o que mostra quão adequadamente os olhos de Cristo estão fitos, olhando com prazer a Sua própria pomba.

Oh! Os olhos dEle são como os olhos de pombas (puros, penetrantes, ternos, amorosos), junto às correntes das águas (pelos fluxos de graça infinita), lavados em leite (banhados nesses alvos fluxos), postos em engaste para olhar para a Sua esposa, Seu amor, Sua pomba, sob todas as suas misérias e lamentações, com compaixão ilimitada, ardentes desejos, prazeres infinitos, e influência todo-poderosa para contemplá-la em comunhão, até a sua plena salvação e eterna glória com Ele. Feliz, três vezes feliz, então, é aquela alma que pode dizer de Cristo, que é o mais formoso dos filhos dos homens, que é o Noivo totalmente desejável, que é capaz de amar uma noiva manchada em e para a Sua própria beleza e esplendor: Tal é o meu Amado, e tal o meu Amigo! [Cânticos 5:16].
Tal doce visita o meu Senhor fez a mim, recentemente, tal olhar, tal gosto, tal brilho de Seu amor que Ele me concedeu, que quebrantou, derreteu e conquistou o meu coração; fez-me anelar por servi-lO aqui, sim, por estar com Ele, contemplá-lO, fruí-lO, adorá-lO na glória de Seu amor, que, com uma majestade arrebatadora do coração, uma glória que conquista a alma, mui brilhantemente conduziu-me a esta terra distante. E, antes deste tempo, recentemente, meu Senhor tem com frequência aplicado muitas de Suas preciosas promessas ao meu coração, as quais anteveem as grandes coisas que Ele ainda fará, em Sua infinita graça, por Sua verme mais indigna. Louvo ao Senhor por Sua maravilhosa bondade para comigo, e oro para que o Seu amor possa transformar-me em sua própria imagem.

*Anne Dutton

Anne Dutton (1692-1765) foi uma poetisa e escritora Cristã Batista Calvinista inglesa. Publicou cerca de 50 obras e correspondeu-se com George Whitefield e John Wesley. Foi amplamente influente na vida evangélica do século XVIII. Escreveu cartas de conselho, ajudando as pessoas a protegerem os seus pensamentos do pecado e dedicarem-se em amor às boas obras. Seus hinos e poemas são repletos de substância doutrinária, descrevendo a soberania de Deus, as profundezas do pecado humano, a grandeza e a bondade da graça, a expiação, a proximidade de Deus em oração. Suas cartas sobre temas espirituais narram a vida espiritual como uma peregrinação.

• Tradução e Produção: OEstandarteDeCristo.com

• Som da Vinheta: Surpreendente Graça!, por Rupert Teixeira

*Narração por Camila Almeida.


• Baixe o áudio desta narração:


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