O Motivo da Tristeza dos Discípulos e o Consolo no Plano de Redenção em Cristo (Texto, vídeo e áudio) – Exposição de João 16:5-7 – Manoel Coelho Jr.
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“E agora vou para aquele que me enviou; e nenhum de vós me pergunta:
Para onde vais? Antes, porque isto vos tenho dito, o vosso coração se encheu de
tristeza. Todavia digo-vos a verdade, que vos convém que eu vá; porque, se eu
não for, o Consolador não virá a vós; mas, quando eu for, vo-lo enviarei”.
João 16:5-7.
I – INTRODUÇÃO:
Temos aqui uma preciosa revelação a respeito do motivo da
tristeza dos cristãos, bem como sobre a sua fonte de consolo. Eis que tudo gira
em torno de como esse cristão se relaciona com esta vida e com a eternidade que
o espera em Cristo. Quanto mais ele se apega as perdas desta vida, mais ele se
entristece. Quanto mais ele compreende a Redenção em Cristo e mais entende seu
efeito eterno, mais ele se alegra. Meditemos melhor nos próximos pontos.
II – A VISÃO ESTREITA DOS DISCÍPULOS.
“E agora vou para aquele que me enviou; e nenhum de vós me pergunta:
Para onde vais?”
João 16:5.
Cristo aqui está reprendendo os discípulos por não
perguntarem sobre o seu retorno ao Pai... e nenhum de vós me pergunta: Para onde vais?
De certa forma esta pergunta já tinha surgido na boca de Pedro ainda no
capítulo 13. Note: “Disse-lhe Simão Pedro: Senhor, para onde vais?” Jo 13:36. Todavia entre a pergunta de Pedro e a
presente repreensão de Cristo está um grande conteúdo de ensino do Senhor a
respeito de sua volta ao Pai, o que torna aquela pergunta um tanto imatura.
Pedro é como um estudante em início de curso que apresenta questões sem
fundamento, o que é diferente de alguém já no meio ou final do mesmo curso que
pode já fazer perguntas com conhecimento. Isto é semelhante ao momento da
repreensão de Cristo. Explicando: Depois de tanto ensino a respeito do Plano de
Redenção e de suas consequências benéficas para eles, os discípulos não
perguntavam nada sobre o mesmo. E isso ocorria, como vamos ver o verso seguinte,
porque eles estavam pensando na perda que teriam com a morte de seu Mestre. Em
outras palavras, a visão deles era muito estreita. Olhavam apenas para a perda
presente e não para o seu significado para a eternidade. Enfim, tinham os olhos
fixos nas dores desta vida e não nas alegrias da Eternidade no Senhor.
Eis o problema deles. Eis o problema nosso. O Senhor está
aqui a reprendermos por não perguntarmos mais sobre o significado de sua vida,
morte, ressurreição, ascensão intercessão e retorno para estabelecimento de seu
Reino Eterno. Ao invés disso estamos a perguntar sobre nossas dores presentes,
a pensar nelas, a colocá-las como nossa meditação constante, esquecendo-nos do
Céu. Penso que o Senhor nos exorta a termos uma espécie de “santa curiosidade”
pelas coisas doa alto. Ou como Paulo a coloca: “Portanto, se já ressuscitastes
com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à
destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra;
Porque já estais mortos, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus.
Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então também vós vos
manifestareis com ele em glória”. Cl 3:1-4. Precisamos pensar mais
nesta glória em vez de pensarmos tanto nas dores desta vida. Nossa visão estreita
é prejuízo para nós. Então que clamemos mais ao Senhor perguntando: Para onde
vais Senhor? Explica-nos o significado de tua partida Senhor? Queremos entender
mais de teu nascimento virginal, de tua vida santa, de tua morte, ressurreição,
ascensão, intercessão, de tua a volta ao Pai. Oh Senhor mostra-nos mais. E
neste clamor e com meditação devemos ler nossas bíblias e ouvir a Fiel Pregação
da Palavra. Esta santa curiosidade, e busca, precisa estar em nós, amados, e
assim o Senhor nos abençoará com maior visão dEle mesmo em sua Glória. Lembre
que o seu desejo é que conheçamos sua Glória no futuro, mas por estas palavras
podemos dizer, também já agora. Ele orou: “Pai, aqueles que me deste quero que, onde eu
estiver, também eles estejam comigo, para que vejam a minha glória que me
deste; porque tu me amaste antes da fundação do mundo”. Jo 17:24. É
desejo do Senhor mostrar-nos sua Glória em breve. Mas podemos crer que já agora
Ele se alegra em mostrar-nos parte dela. Então que a busquemos nEle. Que nossa
visão se alargue nEle. Que tenhamos uma santa curiosidade. Que perguntemos: “Para
onde vais Senhor?” Amém!!!
III – O MOTIVO DA TRISTEZA.
“Antes, porque isto vos tenho dito, o vosso coração se encheu de
tristeza”.
João 16:6.
A visão estreita gera profunda tristeza. Não podemos estar
felizes se pensamos demasiadamente nos eventos desta vida, que muitas vezes são
potencialmente tristes. Aquilo que é essencialmente angustiante naturalmente
gera dor, sofrimento, tristeza. Evidentemente a morte de Cristo era dura para os
discípulos. Sua partida lhes era dolorosa. Imaginemos o que era conviver
pessoalmente como Nosso Senhor, o Deus-Homem, o Santo de Deus. Suas ações a
palavras eram todas santidade, justiça e amor perfeitos. Mas agora Ele
morreria. Isso causava muita tristeza. Porém, tal fato apenas mostra que quanto
mais temos a visão neste mundo, mais teremos tristeza, ou, como diz Cristo,
nosso coração estará cheio de tristeza. Amigos, meditemos em quantas vezes
ficamos desconsolados ao pensarmos nas perdas, nas doenças, nas mortes, nas dificuldades
financeiras, nas crises familiares e tantas coisas que nos acontecem neste vale
de lágrimas que é esta vida. Se nosso pensamento se estreitar a este mundo,
mais tristes ficaremos. Eis o motivo da tristeza do cristão: Quando Ele se esquece
da Glória da Eternidade detendo seus pensamentos nas crises desta vida. Medite
nisso, meu irmão, e entenda que este verso mostra que esta não é a Vontade de
nosso Senhor para nós. É bem verdade que há momentos de luto e choro (Veja Ec
3:4; Rm 12:15), mas isso não deve se tornar algo contínuo, que neutralize o
cristão para os motivos de alegria em Cristo. É bem verdade, também, que o
cristão verdadeiro pode se tornar deprimido, mas penso que este texto nos
mostra que as coisas não devem ser deixadas assim e que todos são exortados a
alegrarem-se na Glória Vindoura de Deus em Cristo. Se nos debruçarmos
demasiadamente sobre nossas dores presentes tornar-nos-emos deprimidos, mas o
Senhor nos exorta o contrário aqui. Você lembra? Ele diz: “E agora vou para aquele que me
enviou; e nenhum de vós me pergunta: Para onde vais?” Jo 16:5. Deve
existir em nós um olhar para o que Cristo alcançou na Cruz para seus eleitos,
lembrando do que Paulo nos diz:
“E, se nós somos filhos, somos logo herdeiros também, herdeiros de Deus,
e co-herdeiros de Cristo: se é certo que com ele padecemos, para que também com
ele sejamos glorificados. Porque para mim tenho por certo que as aflições deste
tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser
revelada. Porque a ardente expectação da criatura espera a manifestação dos
filhos de Deus.”.
Romanos 8:17-19.
Se as aflições deste tempo presente não são para comparar
com a glória que em nós há de ser revelada, então a meditação nesta glória
vindoura deve consolar nosso coração em relação às aflições presentes, e quanto
mais conhecermos dela hoje mais este consolo será fortalecido. Portanto,
busquemos consolo na glória vindoura alcançada a nós por Cristo na Cruz,
meditando nela, conhecendo mais sobre ela nas Escrituras, e não fiquemos
demasiadamente presos em pensamentos e meditações a respeito das aflições
presentes. Assim nosso coração não se encherá de tristeza, mas sim de alegria
que vem de Deus em Cristo. Amém!
IV – O CONSOLO DA OBRA DE CRISTO.
“Todavia digo-vos a verdade, que vos convém que eu vá; porque, se eu não
for, o Consolador não virá a vós; mas, quando eu for, vo-lo enviarei”.
João 16:7.
O que acabei de dizer no ponto anterior fica mais com estas
palavras de Cristo.
Mas notemos, para entender melhor, os seguintes pontos:
1 – A partida de
Cristo era para ser mais abordada em seu significado, mas os discípulos não
fizeram isso (Verso 5).
2 – A partida de
Cristo causava tristeza nos discípulos (Verso 6).
3 – A partida de
Cristo era útil para os discípulos (Verso 7).
Note que tudo tem relação com a partida de Cristo e que cada
um dos pontos estão relacionados logicamente, pois a partida de Cristo era
necessária, visto que traria a Glória Eterna e benefícios já para esta vida, e
por isso, apesar de triste naquele momento, era absolutamente conveniente para os
discípulos daqueles dias, e para todos nós, os crentes de hoje. Mas que
benefícios já para esta vida seriam estes? Cristo responde: “vos
convém que eu vá; porque, se eu não for, o Consolador não virá a vós; mas,
quando eu for, vo-lo enviarei”. Os benefícios estão relacionados a
vinda da Pessoa Bendita do Espírito Santo. Caso Cristo não morresse,
ressuscitasse e subisse ao Pai, Ele também não enviaria o Espírito Santo, o que
ocorreu no Pentecostes de Atos 2. Cada um destes eventos são atos de Deus que
não se repetem e são de valor absoluto para os eleitos. A vinda do Espírito com
grande Poder e Glória foi algo que levou o evangelho a todos os lugares,
reunindo os eleitos de todas as nações, o que ainda está a acontecer. O
Evangelho prossegue em sua propagação por meio da Igreja no poder do Espírito,
mas o Pentecostes foi aquele momento da vinda do Espírito. Estas eram as obras
maiores que Cristo falara anteriormente que fariam os discípulos, conforme João
14:12. Assim era conveniente para eles que Cristo partisse.
Podemos entender melhor esta conveniência observando os
seguintes benefícios da vinda do Espírito:
1 – Cristo estaria
neles no Espírito.
De fato o Espírito habitaria nos eleitos de Deus e isso está
evidentemente ligado a obra de Cristo em morrer por eles. Dessa forma Cristo
habitaria neles por meio do seu Espírito (Jo 14:17,18).
2 – O Espírito os
capacitaria a testemunhar.
Eles somente poderiam realizar a grande obra que tinham diante
de si pela virtude do Espírito. A obra era tão difícil que se não fosse o
Espírito seria simplesmente impossível. Assim, eles testemunhariam de Cristo
por obra a graça do Espírito Santo (Jo 15:26,27).
3 – O Espírito
convenceria o mundo.
Os eleitos de todas as partes seriam convencidos e reunidos
por obra e graça do Espírito Santo (Jo 16:8-11).
Cada um destes pontos continua válido para nós hoje. Assim,
era absolutamente conveniente a morte de Cristo. Caso Cristo não morresse nada
disso teria acontecido, na verdade estaríamos todos perdidos. De fato era
conveniente para os eleitos a morte de Cristo, a partida do Senhor. Lembro
novamente de Paulo: “E sabemos que todas as coisas contribuem
juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados
segundo o seu propósito”. Rm 8:28. Os discípulos seriam consolados ao
entenderem estas coisas. Realmente foram consolados como nos mostra o livro de Atos
e as cartas apostólicas. E nós hoje também somos consolados em meio a nossas
dores presentes quando lembramos do significado da Obra de Nosso Senhor na
Cruz, por lembrarmos que por esta obra nos veio o Espírito, o auxiliador
presente, e também ao pensarmos que Cristo é as primícias dos que dormem (I Co
15: 20) e que na Cruz Ele nos preparou lugar, e que em breve voltará para que
estejamos para sempre com Ele na Glória ( Jo 14:1-3), e que as dores atuais contribuem
de alguma forma para nosso Bem Eterno. Este é o nosso consolo, amados. Que nos
consolemos então. Amém!
V – CONCLUSÃO:
As perdas atuais causam tristeza e dor, mas a Obra de Cristo
nos traz gozo Eterno nEle. Que busquemos conhecer mais desta glória eterna e
nela achemos consolo em meio as tristezas presentes. Amém!
Pode ser copiado, distribuído, e traduzido livremente para outro idioma, desde que indicada a fonte, a autoria, e o conteúdo não seja modificado.
*Pregação do culto público da noite de domingo, 14 de Fevereiro de 2016, na Congregação Batista Reformada em Belém.
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Caros amigos, como o propósito do blog é mostrar o que a Bíblia ensina para a nossa edificação espiritual, e não fomentar polêmicas, que tendem a ofensas e discussões infrutíferas, não publicarei comentários deste teor, tão pouco comentários com linguagem desrespeitosa. Grato pela compreensão.